266.soul


é fria... e prontamente esmagada. inerte, perdida no calor que se esvai de outros corpos... incompleta, vazia... jaz; cansada, rasgada, ferida e reprovada, desespera num momento expectante;
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agora quente, amada, feliz e achada. periclitante e incerta, mas encantada... talvez no brilho dos gestos ocultos que encerras em ti. ofuscante, talvez numa naif aproximação de quem não nos repara, mas observa e espia. almas que se encontram aqui, neste cartão de visita invisível.
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consultas; consulto; lembras e esqueces, o mesmo em ti. palpitas; sentes; obvias um despertar para a razão... e soltas-te, tal como uma criança rodopiando livremente no crepitar de outono. respiro e desconfio: também vês? amarras-me numa epifania que ainda não tem domínio... nem alojamento...
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just like a soul without a mind!

265.14 seconds


is not a second; but 14 seconds away... just as long as i stay!!!

264. magnífica pérola


procuro uma magnifica pérola para bater com carinho e dedicação... todos os dias!!!

262.i've been looking

i've been looking so long at these pictures of you that i almost believe that they're real i've been living so long with my pictures of you that i almost believe that the pictures are all i can feel remembering you standing quiet in the rain as i ran to your heart to be near and we kissed as the sky fell in holding you close how i always held close in your fear remembering you running soft through the night you were bigger and brighter and wider than snow and screamed at the make-believe screamed at the sky and you finally found all your courage to let it all go remembering you fallen into my arms crying for the death of your heart you were stone white so delicate lost in the cold you were always so lost in the dark remembering you how you used to be slow drowned you were angels so much more than everything hold for the last time then slip away quietly open my eyes but i never see anything if only i'd thought of the right words i could have held on to your heart if only i'd thought of the right words i wouldn't be breaking apart all my pictures of you looking so long at these pictures of you but i never hold on to your heart looking so long for the words to be true but always just breaking apart my pictures of you there was nothing in the world that i ever wanted more than to feel you deep in my heart there was nothing in the world that i ever wanted more than to never feel the breaking apart all my pictures of you...

260. já agora: um beijo

apanhei-te! o teu triciclo é mais lento que o meu… ou será que fiz batota? –agora podíamos finamente brincar aos palerminhas, como tão bem sabemos! e afinal, quem somos? - sabes quem vi acolá? o zé-ninguém! e ninguém o acompanhava!... porquê?

a rua estava despidamente nua. ao longe, o arranhar quase imperceptível das folhas num seco mas meigo bailado de outono… ‘and now my days are short… i’m in the autumn of the year…’ e, tirando partido disso, aconchego-me na memória de outras memórias, outras histórias, outras tantas escórias, outras apenas outras… tão indiferentes quanto merecem ser.

ribomba, num efeito borboleta por entre a pele dos edifícios, o amargo vociferar do outro zé… o zé-das-medalhas... raios! que personagem tão bio-desagradável… tão mesquinhamente auto promovido a chefe da tribo; licenciado numa auto-recriação anti-propedeutica! acerrimamente, descrito num papiro de gesso: “mestre de todas as patifarias, com distinção e duas menções horrorosas “… felizmente apenas cruzou num pé de água-pé de paupérrima qualidade e seguiu na sua quantidade...

afinal os pólos opostos repelem-se!

vai-te esconder… e apanhar-te-ei outra vez! - repliquei. e foste, sem pedir perdão…

conformado, confinado e exausto, sento-me na relva gélida para retemperar a massa encefálica. numa operação delicada, desligo o som… depois o olhar e assim sucessivamente até ao ponto de não-retorno. permito-me apenas o prazer de degustar a parca e parva pacatez de uma suave brisa… sim, cansado assumo toda a gloriosa vontade de me meter ao caminho e descobrir a minha pandora de paz…

sem querer nem crer, sorrateiramente ergo uma pálpebra… depois a outra e, num ziguezagueante momento persegui um bode-respiratório! depois uma erva-doninha! um casal de baleias-ana, uma fila de ostras-coisas estranhas, um camurso e outro e ainda um outro! ora: que apanhem na cloaca!!! haja paciência ou ciência que os ature!

quem é? - disseste após escureceres o meu olhar! sem surpresas, foste tu quem me apanhou desta vez! e, como prefiro não confirmar a tua própria resposta, continuei absorto neste mundo tão diferente, mas tão igual ao que desejo…

ah, e já agora: um beijo…

zp.091927


259. 091019



eu, sou aquilo que sempre fui... e -provavelmente- tu também...

257. small step

one small step for the architect; a giant leap for the mankind!!!

254. chá


não menti… acabei de pedir chá. i’m alone, numa sala cheia de silêncios… minto, já estou acompanhado da minha bebida… e aqui estamos nós: eu + eu, e o meu caderno, e a minha caneta e a minha solidão. perfeita, lenta, rasgada num dia cansativo, agitado, preenchido com tantos outros quês que não o quê!
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aproveito para descansar o olhar e para alargar horizontes… primeiramente na memória e na magia depois… aproveito para docemente sorver o oxigénio tão esquecido no buliço do trabalho e de outros tantos trabalhos. e risco. aqui e acolá, estas míseras palavras em ti, fiel como sempre me habituaste… como só tu sabes ser! desenho-te mais uma vez… e outra… e outra… e outra, sem que jamais me farte de apenas largar tinta em ti… despreocupado, livre, vão entre as tuas imaculadas páginas, soltas para mim, só para mim, num regozijo que me regozija: obrigado!
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entretanto aproveito e reclino-me no conforto do sofá. perco-me no brilho dos objectos, na qualidade do qualificável, no momento, no som do piano e na ausência dele; no som destas rasuras e na ausência dele; no crepitante som da cinza de mais um cigarro… e apago-me da fadiga, suavemente… desnudo-me das preocupações que me preocupam, sempre e constantemente! começo por desligar a arquitectura, o amor-perfeito – se é que existe esse conceito…
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saboreio cada tique-taque do tempo, aprecio-o, sem pressas e espero que o pensamento se esvazie da minha existência… vivo este espaço como se de uma frenética pausa do meu ser se tratasse. e afinal trata-se! danço, com a caneta em ti. revejo e leio-me sem ler.
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i just can’t stop… or can i? perguntas. sempre perguntas. assim sou eu, inconsolável nas minhas crises existenciais, seja lá o que quer que isso queira revelar. adoro perder-me… vaguear… sentir que faço parte deste mundo, esplêndido e viciante. sentir que existe um diálogo entre mim e ele. que ambos sabemos o queremos. é o nosso segredo, a nossa caixa de pandora que construímos, carinhosa e utopicamente para crermos. acendo mais um cigarro. depois outro. e um outro, numa embriaguez falhada. restam sombras! belas e outras talvez não, mas restam. deixá-las estar! sinais de vivências, marcas, tatuagens queimadas na pele… e não! a sombra não é negra. não tem que ser, nem é! espelha somente num tom mais carregado a cor das coisas sobre as quais incide a luz, em mil raios que se sucedem.
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sinto-me bem. melhor, óptimo! não escrevia faz já algum tempo. é reconfortante. apelo de uma alma que não pára mas teme, com toda a bravura! a cobardia não reside nos cobardes mas nos outros que tais, tal como os que agora quebram o meu momento…
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mudo de tema: falo de mim… sinto, logo existo! ou desisto? mais perguntas, mais dúvidas: dá vontade de chorar. sonho, ponto. perpectuo o olhar, com leveza e afinco, num gesto que adoro fazer: dá-me prazer e faz calar todas as baboseiras e tontices que balbucio num tropeçar infeliz. quem sou sem amor? mais um fluido de uma guerra sem glória? atravesso todos os desertos, com carinho e dedicação, com um sorriso ténue de felicidade.
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sim, amo! tudo o que me rodeia, numa vaidade sem validade temporal… somente amo! e entrego-me sem salvação a esse desígnio… fico? não, vou! sempre vagabundo ou não serei eu! ambição de amor, num esboço abstracto da vida. tremo e aguardo. salto e grito. se não me canso? tal como todas as canções que não são monocórdicas, claro que sim! se me troco? todos os dias, sem amargura, numa amalgama de perdições; num caos que me procura; numa desarrumação linda e objectiva, real; verdadeira; tal qual este mundo… um constante desequilíbrio que me encanta, delícia que me é oferecida vezes sem conta. e afinal, o que conta no final? a robustez de uma história que nos conta, sem mentir!
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zp090417

252. what else?


pinho... what else?