045.sem ti
menti-te.... disse que ficaria bem... e menti-te, sim... mas tu já sabias!!! tinhas a perfeita noção que o iria fazer....
não me arrependo de nada do passado... passado de muitas certezas (...) a bravura de um peito pleno de convicções... mas também um passado de muita inquietude, de caminhos irrónios e, inevitavelmente, de muitas confusões (...) mas é esse passado que carrega o ónus de quem sou ...
aprende-se muito olhando para trás... amadurecemos fazendo-o... como agora!!!
quantas vezes pensamos: se pudesse recuar no tempo... mas, se tal fosse possível, não seríamos exactamente os mesmos e agora pensaríamos noutras coisas, de outra maneira que não a mesma!
errei... talvez em demasia! mas, creio, aprendi... subi um outro degrau... mas dos altos, para que não restem dúvidas !!!
... esqueci-me de olhar também para os lados (...) só para confirmar que estavas lá... e para te dizer tudo aquilo que guardei para a minha estúpida auto-comiseração... e para te demonstrar o quanto significas na minha vida... o quanto te amo... e era tão simples... bastava um olhar...
puerilmente parafraseei miguel esteves cardoso em o amor é fodido! hoje, convictamente re-escrevo as mesmíssimas palavras:
(...)
o amor é fodido. hei-de sempre acreditar nisto.
onde quer que haja amor, ele acabará, mais tarde ou mais cedo por ser fodido. é melhor do que morrer. há coisas, como o álcool e os livros, que continuam boas. a morte é mais aborrecida.
porque fodemos o amor? porque não resistimos. é do mal que nos faz. parece estar mesmo a pedir. de resto, ninguém suporta viver um amor que não esteja pelo menos parcialmente fodido. tem de haver escombros. tem de haver esperança. tem de haver progresso para pior e desejo de regresso a um tempo mais feliz. um amor só um bocado fodido pode ser a coisa mais bonita deste mundo.
(...)
e começo a deglutir amarguradamente... o silêncio... o vazio ... a melancolia... a tristeza... a saudade... e sinto por fim a tua falta!
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