229.tempo
parei-te, tempo! combato-te! detenção impossível de um incorrigível processo de adição. finjo-me mais forte que tu. nesta efémera imortalidade, esvazio a cabeça. oca! varro-me da irracional racionalidade. liberto pensamentos vãos! descondiciono-me! fluo! extravaso o meu ser em mil imagens! ambiciono-me, raso e rasurado puerilmente num só grito! vácuo de um vago gesto imperceptível a olho! nú! olho-me numa analepse encerrada helicoidalmente. ordeno-me subliminar e estupidamente, ao acaso! mau-pecado! congelo-me no belo que procuro. obtenho-me! filho de uma alma que quer ser, reflexo de ontem. dispersamente feliz, brilhante lugar que habito, amanhã! horizonte! sonho! escusa-me tempo! deixa-me sorrir...
zp 080621