204.a pessoa que escreve

a pessoa que escreve no seu caderno preto, escreve para perpetuar memórias e sentimentos... não gosta de lhe chamar diário, porque não o é! e tb não o faz sempre deste modo... pq gosta de se partilhar, de se entregar (normalmente de cabeça, leia-se coração!!!) nas suas relações pessoais e intimas... a pessoa que escreve no caderno preto, apenas pretende que outras sejam escritas nele... e esta é a sua linha orientadora: o resultado de palpitações reais e leais!

nem sempre essa felicidade é conseguida, muitas vezes é rompida pela mágoa... mas a pessoa que escreve no seu caderno preto, sente que é isto que procura... é aquilo que mais significado dá à sua vida: o amor! isto é a sua chave-mestra porque não quer partir deste mundo com uma alma cheia -por partilhar, e muito menos vazia -de retribuição...

a pessoa que escreve no seu caderno preto está a aprender a ser feliz, sempre segundo o mesmo príncipio... e a pessoa que escreve no seu caderno preto, tem um caderno preto para ti, quando o aceitas?

zp 080522

3 comentários:

Rita Nery disse...

Fizeste-me sorrir e por momentos achar que a minha sanidade tinha...enfim...batido asas e voado para bem longe...mas a minha memória falou mais alto e sim, confirma-se...alteraste umas palavritas no teu texto:)

Tens um caderno preto...para mim? Será?...

...um caderno preto que também poderá ser iluminado, porque o preto tem luz, luz infinita e que pode ser apreciada de forma quase poética...um caderno de revelações e de grandes epifanias?
Será um preto desafiante, que permitirá sondar as trevas e alcançar a luz?:)

Aceito?:)

Beijinhos

Rita Nery

zé pinho disse...

altero, sempre! os meus textos começam por palavras soltas que se vão agrupando... até encontrar o verdadeiro sentido daquilo que pretendo... o fio condutor é o mesmo, apenas concluo, como se envernizasse por fim todas as letras...

tal como um desenho que ganha forma com a adição sucessiva de rabiscos, camada a camada, até à imagem final...

se aceitas o caderno preto? és tu quem tem de decidir... (lol)

de facto (ou será que já devemos escrever fato?)o preto é quem absorve mais luz... mas será um caderno preto em branco, com uma história que agora começa, o que por si só já é uma revelação!

porém, posso partilhar contigo todos os meus cadernos pretos, verdadeiros e falsos... não são muitos, apesar de me acompanharem há uma dúzia de anos... talvez aí consigas fazer uma analepse ao meu ser!?

beijocas

zp | 080523

Rita Nery disse...

Por onde começar...tenho medo de te roubar espaço no blog:) Tenho medo...tenho medo de muitas coisas...

Talvez pela parte desanuviante do vídeo!lol!Já tinha visto, mas não me canso de ver, especialmente pela seriedade com que a "cantora" encara a sua actuação no mínimo hilariante. Obrigada pelo momento.

Não queria que as minhas palavras te fizessem derramar uma unica lágrima, mas por outro lado,e porque não sei mentir, não deixo de me sentir feliz, não sei se é esse o termo exacto, por te identificares com os meus textos, os meus devaneios, comigo no fundo, e vice-versa.

Às vezes faz bem chorar, às vezes lamento não conseguir, parece-me sempre a forma mais sincera de explosão, sincera a ponto de talvez me proporcionar um certo alívio...porque é triste, é doloroso quando não conseguimos fazer o luto, quando não conseguimos ter espaço para as nossas próprias lágrimas, para o nosso mau estar, aquele que não queremos mostrar a ninguém e até a nós nos custa a assistir. No fundo assistimos sempre de camarote à nossa própria solidão, estamos presos à tristeza quase que mais cómoda do que uma possível felicidade...assumir a tristeza é talvez o primeiro passo.

Falaste em angústia...esse sentimento talvez não seja mau, talvez não seja tão claustrofóbico como o de pensarmos saber o nosso futuro. Não deixa de ser curioso e até motivo de exaltação pensar em quem nos merecerá. À partida ainda há um sonho, ainda há alguém à nossa espera e que nós tanto ansiamos encontrar.

Esse dia chegará. Merecemos ser felizes, e vamos continuar a merecer enquanto lutarmos pelo verdadeiro amor, se não perdermos o tal fio condutor de que falavas, o coração. Não basta acreditar, temos que lutar pelo que acreditamos, e isso não é tarefa fácil, nem para todos, é apenas para alguns que preferem e optam pela vida. É preciso ser-se corajoso, é preciso força...forças que às vezes vamos buscar não sei bem onde...Mas não será isso a vida? Se me deram um novelo eu quero desfiá-lo até ao fim, e sentir cada momento, sentir cá dentro, sabes?

Se as coisas acontecem mesmo que a horas incertas eu tento não pensar porquê a mim, mas sim para quê...e a resposta ao meu dia de amanhã talvez esteja aí...nessa simples pergunta.

Estarei a escrever demais?:)Sim, eu sei, estou...

Termino com a certeza que adoro ter asas, asas de borboleta, mas como sempre digo adoro tê-las para poder não voar. Escolho claramente a opção felicidade. Mas também me sinto angustiada...tal como tu:)

Beijinhos

Rita Nery